TERRA E VIDA

Infância, samba e memória afro-brasileira em roda. A Caxangá atuou como consultoria artística e cultural sobre a história feminina do samba, no projeto Samba Gigante pra Gente Miúda, uma iniciativa de Luz Santana que celebrou a infância por meio da música, da oralidade e das tradições afro-brasileiras. O projeto propôs uma imersão sensível e lúdica no universo do samba, das cantigas e das narrativas populares, com foco na valorização das infâncias negras e periféricas. A consultoria contribuiu para a construção de uma experiência estética e pedagógica comprometida com a memória afro-brasileira, entendendo o samba como território de resistência, afeto e transmissão de saberes ancestrais. A roda, símbolo central do projeto, foi tratada como espaço de escuta, criação e pertencimento — onde crianças puderam se reconhecer como parte de uma história coletiva, viva e potente. A iniciativa dialoga diretamente com a Lei 10.639/03, e com a missão contar memórias que historicamente foram silenciadas, promovendo representatividade, escuta e encantamento. Mais do que um espetáculo, o Samba Gigante pra Gente Miúda foi um gesto de cuidado com a cultura e com a infância, reafirmando o papel da arte na formação de identidades e na luta contra o apagamento histórico.

Realizado em julho de 2024 no Sesc Pompeia, o encontro “Promoção de Sistemas Alimentares Sustentáveis” discutiu o ato de comer como ferramenta de transformação socioambiental. A conversa reuniu Ângela Mendes e Thiago Tenório, com mediação da debatedora Daniele Neves, trazendo diferentes perspectivas sobre os impactos das escolhas alimentares na saúde, no meio ambiente e na justiça social. O debate abordou temas como soberania alimentar, agroecologia, memória alimentar e o papel das cozinhas comunitárias e dos territórios urbanos na construção de sistemas alimentares mais justos e sustentáveis. A atividade reforçou a importância da alimentação como prática política, cultural e afetiva, capaz de transformar realidades e fortalecer vínculos entre pessoas, territórios e natureza.

Em 2024, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF Sesc) promoveu a atividade “O impacto das escolhas alimentares”, uma conversa entre Ângela Mendes, ativista socioambiental e coordenadora do Comitê Chico Mendes, e Moysés Ribeiro, sociólogo e representante do MTST. O encontro abordou os desafios socioambientais relacionados à alimentação no Brasil, destacando como as escolhas alimentares individuais e coletivas impactam a biodiversidade, os recursos naturais e a justiça social. A conversa também refletiu sobre a importância da alimentação consciente como prática de cuidado com o planeta e com os territórios, especialmente os mais vulnerabilizados.